sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Rómulo de Carvalho, cientista | António Gedeão, poeta

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Lágrima de preta

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

                                                                    António Gedeão



No dia 23 de Novembro de 2010, houve declamação de poemas de António Gedeão na biblioteca. Alunos e professores quiseram juntar-se na comemoração do nascimento do cientista Rómulo de Carvalho (24 de Novembro), uma actividade organizada em articulação com o Grupo de Física e Química e inserida na Semana da Cultura Científica. Depois de seleccionados os poemas e embelezado o espaço com trabalhos elaborados por alunos da professora Ascensão Marques, que organizou a exposição, ouviu-se poesia de António Gedeão declamada pela voz de alunos e professores. O aluno David Rocha cantou a sua versão de “Pedra Filosofal”, um dos poemas mais conhecidos do poeta.

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