Lágrima de preta
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
António Gedeão
No dia 23 de Novembro de 2010, houve declamação de poemas de António Gedeão na biblioteca. Alunos e professores quiseram juntar-se na comemoração do nascimento do cientista Rómulo de Carvalho (24 de Novembro), uma actividade organizada em articulação com o Grupo de Física e Química e inserida na Semana da Cultura Científica. Depois de seleccionados os poemas e embelezado o espaço com trabalhos elaborados por alunos da professora Ascensão Marques, que organizou a exposição, ouviu-se poesia de António Gedeão declamada pela voz de alunos e professores. O aluno David Rocha cantou a sua versão de “Pedra Filosofal”, um dos poemas mais conhecidos do poeta.
Sem comentários:
Enviar um comentário